Às vezes é preciso se afastar das pessaos que você ama. Mas isso não quer dizer que você os ama menos. Às vezes você os ama ainda mais. - The Last Song.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Parecia que eu estava presa em um daqueles pesadelos apavorantes em que você precisa correr, correr até os pulmões explodirem, mas não consegue fazer com que seu corpo se mexa com rapidez suficiente. Minhas pernas pareciam se mover com uma lentidão cada vez maior à medida que eu lutava para atravessar a multidão insensível, mas os ponteiros do enorme relógio da torre não eram lentos. Com uma força implacável, eles se aproximavam inexoravelmente do fim - do fim de tudo.
Mas isso não era um sonho, e, ao contrário do pesadelo, eu não estava correndo para salvar a minha vida; eu corria para salvar algo infinitamente mais precioso. Hoje minha própria vida pouco significava para mim.

sábado, 5 de dezembro de 2009

Prólogo, pág. 9.

"Durmo sozinha e acordo sozinha. Dou umas voltas. Trabalho até cansar. Oloho o vento brincando com o lixo que passou o inverno inteiro debaixo da neve. As coisas parecem simples até pensarmos nelas. Por que a ausência intensifica o amor?"

A mulher do viajante no tempo, Audrey Niffenegger

Prólogo, pág. 9.

"Espero. Tenho a sensação de que cada minuto de espera é um ano, uma eternidade. Cada minuto é lento e transparente como vidro. A cada minuto que passa, vejo uma fila de infinitos minutos, à espera. Por que ele foi aonde não posso ir atrás?

A mulher do viajante no tempo, Audrey Niffenegger

sábado, 28 de novembro de 2009

NO hope...


Despedida

E no meio dessa confusão alguém partiu sem se despedir; foi triste. Se houvesse uma despedida talvez fosse mais triste, talvez tenha sido melhor assim, uma separação como às vezes acontece em um baile de carnaval — uma pessoa se perde da outra, procura-a por um instante e depois adere a qualquer cordão. É melhor pensar que a última vez que se encontraram se curtiram muito — depois apenas aconteceu que não se encontraram mais. Eles não se despediram, a vida é que os despediu, cada um para seu lado — sem glória nem humilhação.
Creio que será permitido guardar uma leve tristeza, e também uma lembrança boa; que não será proibido confessar que às vezes se tem saudades; nem será odioso dizer que a separação ao mesmo tempo nos traz um inexplicável sentimento de alívio, e de sossego; e um indefinível remorso; e um recôndito despeito.
E que houve momentos perfeitos que passaram, mas não se perderam, porque ficaram em nossa vida; que a lembrança deles nos faz sentir maior a nossa solidão; mas que essa solidão ficou menos infeliz: que importa que uma estrela já esteja morta se ela ainda brilha no fundo de nossa noite e de nosso confuso sonho?
Talvez não mereçamos imaginar que haverá outros verões; se eles vierem, nós os receberemos obedientes como as cigarras e as paineiras — com flores e cantos. O inverno — te lembras — nos maltratou; não havia flores, não havia mar, e fomos sacudidos de um lado para outro como dois bonecos na mão de um titeriteiro inábil.
Ah, talvez valesse a pena dizer que houve um telefonema que não pôde haver; entretanto, é possível que não adiantasse nada. Para que explicações? Esqueçamos as pequenas coisas mortificantes; o silêncio torna tudo menos penoso; lembremos apenas as coisas douradas e digamos apenas a pequena palavra: adeus.
A pequena palavra que se alonga como um canto de cigarra perdido numa tarde de domingo.

Rubem Braga

Pimentas do Reino - Saudade

Quando bate a saudade eu pego as cartas, eu leio, eu releio, aspiro bem fundo o perfume, o teu cheiro, na fotografia que você me deu. Quando bate a vontade, eu fecho meus olhos me vem o teu rosto, teu sorriso meigo, a tua voz, o teu gosto, ah como eu queria poder te abraçar, te tocar. Você inspira poesia, na hora do almoço, de noite, de dia, na fila do banco, no banco da praça, esqueço do tempo nem noto quem passa, e o tempo não passa, olhando pra lua na beira do lado, não vejo a hora de estar do teu lado, deitar no teu colo, poder te acariciar.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Fantasma - Midnight Sun

- Você realmente não devia fazer isso com as pessoas - Bella interrompeu meus pensamentos num tom de desaprovação. - Não é muito justo.
Eu encarei sua expressão reprovativa. O que ela queria dizer? Eu não havia assustado a recepcionista nem um pouco, apesar de minhas intenções. - Fazer o quê?
- Deslumbrá-las desse jeito – ela provavelmente está hiperventilando na cozinha agora. Hmm. Bella estava quase certa. A recepcionista estava apenas semi-coerente no momento, descrevendo o que havia assumido erroneamente a meu respeito para sua amiga na  recepção.
- Oh, por favor - Bella reprovou quando eu não respondi imediatamente. - Você tem que saber o efeito que tem nas pessoas.
- Eu deslumbro as pessoas? - Esta era uma maneira interessante de colocar. Acurada o suficiente para esta noite. Eu me perguntava o porquê da diferença...
- Você não percebeu? - ela perguntou, ainda crítica. - Você acha que todos conseguem as coisas do jeito que querem tão facilmente?
- Eu deslumbro a você? - eu dei voz à minha curiosidade impulsivamente, e então as palavras já haviam saído, e era tarde demais para recolher-las de volta.
Mas antes que eu tivesse tempo de me arrepender muito profundamente de ter dito as palavras em voz alta, ela respondeu: - Freqüentemente. - E suas bochechas coraram de um leve tom de rosa.
Eu a deslumbrava.
Meu coração silencioso se encheu de uma esperança mais intensa do que eu jamais podia me lembrar de ter sentido antes.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009


“Pai do céu!”, ela engasgou.
Eu entrei em pânico. O que ela teria visto? Como eu a teria assustado?
Então ela gritou, “diminua!”
“O que foi?”, eu não entendia de onde o terror estava vindo.
“Você está a cento e sessenta por hora!”, ela gritou comigo. Deu uma espiada para fora da janela, e se encolheu das árvores escuras passando rapidamente por nós.
Uma coisa tão pequena, só um pouquinho de velocidade, e ela estava gritando de medo?
Eu rolei os olhos. “Relaxa, Bella”.
“Você está tentando nos matar?”, ela demandou, sua voz alta e forte.
“Nós não vamos bater”, eu lhe prometi.
Ela aspirou o ar numa inalada forte, e então falou com um tom levemente mais composto. “Por que você está com tanta pressa?”
“Eu sempre dirijo assim”.
Eu encontrei seu olhar, divertido por sua expressão chocada.
“Mantenha os olhos na pista!”, ela gritou.
“Eu nunca estive num acidente, Bella. Eu nunca sequer tomei uma multa”. Eu sorri para ela e dei um tapinha em minha testa. Isso fez tudo parecer ainda mais cômico – o absurdo de ser capaz de brincar com ela sobre algo tão secreto e estranho. “Detector de radar embutido”.

Midnight Sun

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Beyoncé - Broken Hearted Girl

Você é tudo que eu achava que nunca seria, não é nada como um pensamento do que poderia ter sido. Mesmo assim, você vive dentro de mim. Então me diga, como é isso? Você é o único que eu desejo poder esquecer, o único que eu amo para não perdoar. E apesar de você quebrar meu coração, você é o único. E apesar de existir momentos que eu odeio você porque eu não posso apagar os momentos que você me machucou e pôs lágrimas no meu rosto. E até agora, quando eu odeio você me dói dizer eu sei que estarei aqui no final do dia.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009



Fogo e Gelo ­­  ­­  ­­  ­­­­  ­­  ­­  ­­  ­­­­  ­­­­  ­­
­­  ­­  ­­  ­­­­  ­­  ­­  ­­  ­­­­ Alguns dizem que o mundo acabará em fogo,
­­  ­­  ­­  ­­­­  ­­  ­­  ­­  ­­­­ ­­Outros dizem em gelo,
­­  ­­  ­­  ­­­­  ­­  ­­  ­­  ­­­­ Pelo que provei do desejo,
­­  ­­  ­­  ­­­­  ­­  ­­  ­­  ­­­­ Fico com quem prefere o fogo.
­­  ­­  ­­  ­­­­  ­­  ­­  ­­  ­­­­ Mas, se tivesse de perecer duas vezes,
­­  ­­  ­­  ­­­­  ­­  ­­  ­­  ­­­­ Acho que conheço bastante do ódio
­­  ­­  ­­  ­­­­  ­­  ­­  ­­  ­­­­ Para saber que a ruína pelo gelo
­­  ­­  ­­  ­­­­  ­­  ­­  ­­  ­­­­  Também seria ótima
­­  ­­  ­­  ­­­­  ­­  ­­  ­­  ­­­­ ­­  ­­  ­­  ­­­­  ­­  ­­E bastaria.
­­   ­­  ­­  ­­­­  ­­  ­­  ­­  ­­­­ ­­  ­­  ­­  ­­­­  ­­  ­­  ­­  ­­­­ ­­  ­­  ­­  ­­­­  ­­  ­­  ­­  ­­­­  ­­  ­­­­ Robert Frost.